Reflexão sobre Lírica Camoniana
Luís de Camões cultivou géneros poéticos distintos, através dos quais abordou diferentes temáticas num estilo, ora mais próximo da vertente tradicional, ora da renascentista, imprimindo-lhe um cunho pessoal que o intitulou. A poesia camoniana revela influência da lírica tradicional, patente no "Cancioneiro Geral" (compilação de poemas de autoria de diferentes poetas, cuja influência é tradicional), bem como da Petrarca do Renascimento.
Vertente Tradicional
Os temas desta vertente foram herdados da época medieval, passam pela expressão da saudade, pela referência à mulher ou à pastora, pelo amor, pela natureza. Caracteriza-se por ser pouco maleável e pouco pessoal. Um exemplo dos temas abordados desta vertente é o poema "Endechas a Bárbara Escrava". É uma redondilha menor (tem cinco sílabas métricas, cujos versos estão distribuídos por cinco oitavas e cujo esquema rimático (abbacddc) deixa antever rimas emparelhada e interpolada.
Vertente Renascentista
Já os temas desta vertente são provenientes do Renascentismo e do ideal amoroso, com os tormentos do amor, a figura da mulher, o engano, as consequências das mudanças, entre outros. Caracteriza-se por um caráter reflexivo, descritivo e um tom confidente. A maior parte dos temas abordados são sonetos (composição poética de catorze versos, duas quadras e dois tercetos). Exemplos destes são "Erros meus, má fortuna, amor ardente", "Cara minha inimiga, em cuja mão", "Amor é fogo que arde sem se ver".
Em suma: Camões escreve com a profundidade do sentimento e, com sensibilidade, quer o concreto quer o indizível. A vertente tradicional está presente na mocidade do poeta, as suas redondilhas são, no geral, leves, brincalhonas, destinando-se à recitação na corte. Mas, ao género popular e folclórico da poesia medieval, Camões oferece dimensões mais vastas, fruto de sua grande experiência pessoal e do seu genial talento. O uso dos paradoxos ultrapassa as limitações formais das redondilhas, dando-lhes um problemática nova, recheada de ambiguidades, trocadilhos, imagens e de magia verbal. Da Petrarca assimilou o jogo das antíteses, o requinte dos sentimentos, a idealização da mulher e do amor, expressando sempre os seus estados de espírito, as emoções, as recordações e as contradições.
Trabalho realizado por:
Eva Matias
Ingrid Santos
Verónica Djaló
Diogo Griff
Nos seus poemas (maioritariamente, sonetos), Camões utiliza constantemente recursos estilísticos e costuma terminar com um articulador de síntese. O tema principal são os amores do poeta. O seus poemas são quase sempre dirigidos a alguém, na maioria das vezes, a sua amada, referida como sendo muito bela. Camões sofre por ela nos seus sonetos, ela está sempre ausente – é um amor platónico, não há contacto, apenas contemplação.
Trabalho realizado por:
Catarina Arvela
Ana Catarina
Sofia Nogueira
Isabella Neto